O Clube Artístico Lacobrigense tem que pensar no seu futuro imediato se não quer, tal como tem acontecido com outras colectividades congéneres, eclipsar-se do mapa das colectividades activas que permanecem, ainda, firmes no panorama da cultura e recreio. É necessário que haja objectividade e contemporaneidade nos seus programas de actividade. Mas para isso é necessário, também, que a edilidade participe, concreta e honestamente, nos eventos produzidos por esta colectividade que sejam do interesse do município no seu âmbito cultural e recreativo.
Tem esta colectividade lutado contra tempos adversos, imprevisíveis, que a sociedade, ignorantemente, nos tem imposto mas, felizmente, temos conseguido, para nosso gáudio, realizar grande parte dos eventos a que nos propusemos. Somente por isso estamos convictos de que valeu a pena o nosso esforço. Pena é que os nossos autarcas não alinhem no mesmo diapasão e sejam vulneráveis aos lambe-botas que proliferam, aos montes, por aí... contudo, para além de realizarmos os Bailes de Carnaval, o Baile da Pinha, a nossa Revista à Portuguesa, o Concurso do Fado “Cidade de Lagos” e participarmos nos eventos de interesse autárquico como as Marchas Populares, Feira da Arte Doce e a Festa dos Descobrimentos, continuamos firmes nos nossos objectivos culturais.
É nosso intuito continuarmos a colaborar com a autarquia, apresentando os nossos eventos que, futuramente, deverão ter uma reflexão séria no âmbito das nossas possibilidades financeiras para os trabalhos a realizar já que, ao que parece, a autarquia persiste em não nos satisfazer com os seus apoios. Urge uma reflexão!
Hoje, como é sabido, todos queremos fazer coisas que agradem às populações e, principalmente, aos nossos conterrâneos. Mas para isso é necessária uma participação mais coerente da autarquia e das juntas de freguesia. Estamos cansados de contribuir para a animação lacobrigense sem que haja, expressamente, da parte da edilidade, um reconhecimento que justifique o nosso esforço. Porém, numa forma airosa, com laivos de omissão estratégica, tentou a edilidade, aparentemente, calar este grupo de cidadãos lacobrigenses. Basta ver o que aconteceu o ano passado em que a edilidade tomou partido por uma cidadã e reprimiu, sorrateiramente, a nossa revista Isto Só à Lambada!
Numa desculpa pouco convincente perante posições tomadas em relação a outras colectividades a autarquia, este ano, aproveitando o descalabro económico nacional, cortou o apoio à nossa colectividade em mais de 50%... quando continuamos a ver nesta cidade algumas associações que recebem apoios, tal como nós, mas que nada fazem para merecer o que recebem... ficamos consternados, como é óbvio!... Haja coerência!
Mas, como somos lutadores, desejamos, livremente, renovar e dinamizar o panorama cultural da cidade, sem amarras, sem linhas de conduta, sem subserviência. Queira a autarquia!... Temos ideias! Sabemos, contudo, conquistar públicos. Exemplo disso é a nossa Revista à Portuguesa, e o Concurso de Fado... mesmo que muitas das vezes sejamos um tanto ou quanto inconvenientes para edilidade em algumas das rábulas apresentadas nas nossas revistas, não o fazemos por uma questão política mas por coerência social. Não somos subservientes ao poder instituído nem andamos a fazer favores a ninguém para obtermos apoios. Somos nós, simplesmente nós, e temos a convicção que a população lacobrigense adere sempre aos nossos eventos, apesar de haver gente que não goste. O que era do amarelo se todos gostassem dessa cor! Não qualifiquem os trabalhos dos “Artistas” como de menor, porque não o é, como muitos arautos da intelectualidade primária pretendem fazer crer. É um trabalho como outro qualquer sem querer ser intelectual, maçudo, sonolento... Tais críticas negativas, porém, julgamos nós, ser uma falta de respeito para todos aqueles que nos enchem as salas.
Pelo que produzimos achamos, com o devido direito, de termos os apoios que temos mesmo que haja muita gente que diga que não deveríamos criticar quem nos apoia. De hipocrisia está a sociedade farta. Mas, infelizmente, são os hipócritas que ganham nesta sociedade, sem rosto, de falsas moralidades e que ingenuamente muitos, ainda, acreditam...